No dia do Café, conversamos com Lidiane Santos, barista, empresária, proprietária do Kaffe e parceira da HFN no projeto Café com o Especialista com o Expositor, e Carlos Daniel, proprietário do Frida Café e presidente da ASCAPE, sobre a importância da troca de experiências entre profissionais nesse momento de aprendizado para o setor, além de perspectivas para o futuro.

 

Como funciona o sistema de delivery para cafeterias?

Lidiane – O delivery funciona bem com alimentos e bebidas geladas, mas com bebidas quentes encontramos dificuldades de transporte, manutenção da temperatura e propriedades especiais dos cafés. Não conseguimos explorar toda a experiencia de cafeterias e bebidas quentes de forma adaptável para o delivery, e sofremos com a mudança, por isso o que fazemos atualmente é transportar itens como kits para interessados em café, os coffee lovers.

 

O que mudou no funcionamento de cafeterias, pós-lockdown?

Lidiane – Práticas de segurança nas produções. Mesmo em cafeterias que participam só da fase final da manufatura do produto, a principal mudança é a logística de limpeza em equipamentos, mesas e superfícies. Além disso, o contato de atendimento é diferente, o que é um desafio, já que cafeterias são ambientes de alta interação e carinho.

 

Qual é sua expectativa para o futuro do setor? Há alguma mensagem que gostaria de deixar para profissionais do ramo?

Lidiane – É hora de fortalecer nossa dinâmica de empresa, e voltar com as coisas no lugar. Temos que descobrir novas formas de fazer o que já fazíamos, otimizando produtos e serviços. Minha expectativa é boa, mas que exige muito do nosso empenho como profissionais, independente da área. Esse é um momento que temos para revisar práticas seja em nossa vida profissional ou pessoal. Uma fase de descobrir novas habilidades, refletir sobre coisas novas e realizar novas parcerias.

 

Quais são os desafios do modelo de delivery para cafeterias?

Carlos – O nosso maior desafio é a diminuição de contato direto que o cliente de cafeterias é acostumado a ter, e que caracteriza o diferencial dos estabelecimentos. Não estávamos preparados para a mudança para incluir o delivery, então temos que investir em construir uma comunidade online, a força de uma marca, mas sem perder a individualidade e essência que temos como pequeno negócio.

 

Há alguma mensagem que gostaria de deixar para profissionais do ramo?

Carlos – Ter momentos de desânimo é comum. Temos que entender que somos seres humanos, com momentos de baixo astral, mas devemos nos levantar e agir para que a positividade nos alcance, e ela virá. Profissionais que estão envolvidos com café o fazem por paixão, e devemos nos inspirar nesse sentimento para acreditar que tudo vai melhorar, e pensar que a experiência que proporcionamos ao nosso cliente é sobre carinho e respeito. Como consumidores, empresários e cidadãos, temos que pensar como uma só sociedade, na base do respeito, que nos faz ser melhor a nós mesmos e aos outros.