A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está propondo uma padronização dos serviços de entrega por aplicativos. O “open delivery” facilitaria a entrada de novos players nesse mercado e o trabalho dos restaurantes, que em vez de cadastrar seus produtos várias vezes em múltiplas plataformas, faria apenas um cadastro só. Para o usuário final, a experiência nos apps não mudaria e ele ainda teria promoções exclusivas em cada um; a única diferença é que haveria mais opções.

 

Paulo Solmucci, presidente da entidade, deixou claro que nada foi operacionalizado por enquanto e que a intenção é consolidar parcerias. Até o fim deste ano, serão criados comitês para organizar o projeto. Ele prevê que será criado um código aberto, que será repassado às empresas de softwares que já operam nos sistemas de gestão dos restaurantes e aplicativos de entrega. Esses códigos vão permitir uma interoperabilidade entre os sistemas dos restaurantes e as empresas de delivery. O objetivo é dar mais opções aos restaurantes, que poderão se integrar às plataformas de delivery de maneira padronizada e poderão analisar as opções de apps de entrega.

 

Segundo Solmucci, para que um restaurante ou bar tenha acesso às plataformas de entrega hoje (como iFood e Rappi), precisa negociar com cada uma e usar seus diferentes sistemas de recebimento dos pedidos e dos pagamentos. Com a nova solução, a tendência é que o setor fique mais competitivo. Mais players poderão entrar no segmento, já que haverá um padrão na troca de informações.

 

O open delivery ainda está longe de virar realidade e, para virar, terá que superar a resistência do iFood, que detém 70% do mercado brasileiro de entregas de refeições por aplicativo. Mês passado, a Rappi fez uma denúncia contra o iFood no Cade, alegando que os contratos de exclusividade que a rival fecha com restaurantes prejudica a competitividade do setor. Nesta quarta (25), a Abrasel pediu ao Cade para ingressar no processo como terceiro interessado.

 

Além disso, a Abrasel vem mantendo conversas com o Banco Central (BC) para integrar essa solução ao Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do BC. O Pix poderia ser usado como opção de pagamento para o consumidor, mas também como um recurso de mensageria, possibilitando que o restaurante recebesse o pedido e o pagamento de forma instantânea. 

 

Via Infomoney, Folha.