Você perdeu a live de ontem da feira HFN – Hotel & Food Nordeste? Nela discutimos o futuro e perspectivas do mercado de cafeterias, trazendo convidados especiais atuantes no ramo. A seguir, enumeramos alguns dos pontos principais da conversa, que você pode assistir na íntegra no vídeo abaixo.

 

O futuro e perspectivas do mercado de cafeterias:

 

Lidiane Santos – Barista e empresária, proprietária do Kaffe e parceira da HFN no projeto Café com o Especialista.

HFN – Como está sendo a sua experiencia como empresária nesse momento de fechamento do comércio?

Lidiane – A Kaffe encerrou seu funcionamento pleno no dia 20 de março, quando teve início a quarentena no Brasil, e nos pegou de surpresa. De uma semana para a outra tudo mudou. Conseguimos implantar o delivery de pacotes de café, que é o nosso funcionamento exclusivo agora. O modelo de negócio a qual nos adaptamos durante esse período não representa o que tínhamos de receita antes, mas serve para que não fiquemos parados.

 

HFN – Como funciona o sistema de delivery para cafeterias?

Lidiane – O delivery funciona bem com alimentos e bebidas geladas, mas com bebidas quentes encontramos dificuldades de transporte, manutenção da temperatura e propriedades especiais dos cafés. Não conseguimos explorar toda a experiencia de cafeterias e bebidas quentes de forma adaptável para o delivery, e sofremos com a mudança, por isso o que fazemos atualmente é transportar itens como kits para interessados em café, os coffee lovers.

 

HFN – O que mudará no funcionamento de cafeterias, pós-pandemia?

Lidiane – Práticas de segurança nas produções. Mesmo em cafeterias que participam só da fase final da manufatura do produto, a principal mudança será a logística de limpeza em equipamentos, mesas e superfícies. Além disso, o contato de atendimento vai ficar diferente, o que é um desafio, já que cafeterias são ambientes de alta interação e carinho.

 

HFN – Qual é sua expectativa para o futuro do setor? Há alguma mensagem que gostaria de deixar para profissionais do ramo?

Lidiane – É hora de fortalecer nossa dinâmica de empresa, e voltar com as coisas no lugar. Temos que descobrir novas formas de fazer o que já fazíamos, otimizando produtos e serviços. Minha expectativa é boa, mas que exige muito do nosso empenho como profissionais, independente da área. Esse é um momento que temos para revisar práticas seja em nossa vida profissional ou pessoal. Uma fase de descobrir novas habilidades, refletir sobre coisas novas e realizar novas parcerias.

 

Carlos Daniel – Presidente da ASCAPE (Associação Dos Empresários De Cafeterias De Especialidade De Pernambuco) e proprietário do Frida Café.

HFN – Como você, em sua posição na ASCAPE, vê as experiencias atuais de funcionamento das cafeterias em Pernambuco e no Brasil?

Carlos – No Brasil como um todo vemos um cenário voltado para a venda de pacotes de café. Cafeterias são em geral empresas de pequeno porte, e estão sofrendo muito com o impacto econômico. Poucas empresas implantaram sistema de delivery, e a maioria fechou as portas temporariamente, além de algumas que finalizaram seus serviços definitivamente. Na ASCAPE, prezamos muito pelo conhecimento de cada empresário, que é repassado a todo mundo já que há uma preocupação comum com a sobrevivência do setor.

 

HFN – Quais são os desafios do modelo de delivery para cafeterias?

Carlos – O nosso maior desafio vai ser a diminuição de contato direto que o cliente de cafeterias é acostumado a ter, e que caracteriza o diferencial dos estabelecimentos. Logisticamente falando, é difícil prever como vai ser o funcionamento de cafeterias no futuro, até em relação ao distanciamento, já que alguns locais são bem pequenos. Não estávamos preparados para a mudança para incluir o delivery, então temos que investir em construir uma comunidade online, a força de uma marca, mas sem perder a individualidade e essência que temos como pequeno negócio.

 

HFN – O que mudará no funcionamento de cafeterias, pós-pandemia?

Carlos – Os protocolos seguidos por cafeterias serão basicamente os mesmos que o de bares e restaurantes. Todos os estabelecimentos de alimentação sempre passaram pelo processo de implantação de manuais de boas práticas desde o começo, mas agora teremos que aumentar a atenção em higienização e deixar públicas nossas ações em relação à segurança do consumidor. O consumidor também vai ter que fazer parte dos protocolos de segurança em ambientes públicos como bares, restaurantes e cafeterias. É uma cobrança mútua. Esses novos protocolos de biossegurança vão gerar custos para bares e restaurantes, mas são mudanças necessárias.

 

HFN – Há alguma mensagem que gostaria de deixar para profissionais do ramo?

Carlos – Ter momentos de desânimo é comum. Temos que entender que somos seres humanos, com momentos de baixo astral, mas devemos nos levantar e agir para que a positividade nos alcance, e ela virá. Profissionais que estão envolvidos com café o fazem por paixão, e devemos nos inspirar nesse sentimento para acreditar que tudo vai melhorar, e pensar que a experiência que proporcionamos ao nosso cliente é sobre carinho e respeito. Como consumidores, empresários e cidadãos, temos que pensar como uma só sociedade, na base do respeito, que nos faz ser melhor a nós mesmos e aos outros.

Para assistir a live sobre o futuro e perspectivas do mercado de cafeterias, acesse o nosso Instagram (@feira_hfn)!

 

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