Você perdeu a live da feira HFN – Hotel & Food Nordeste? Ela já está disponível no youtube. Nela foi discutido sobre o mercado internacional e os estabelecimentos no pós pandemia. Caroline Ramalho e Tariana carvalho explicam como está sendo a retomada do mercado de bares, restaurantes e hotéis na Europa. A seguir, enumeramos alguns dos pontos principais da conversa.

 

Carolina Ramalho

Carolina Ramalho

Para melhor comentar sobre o mercado internacional e os estabelecimentos no pós pandemia, a Consultora internacional de marketing de destinos, Carolina Ramalho, é habitante de Madri, na Espanha, mas que está, desde o início da quarentena, em Portugal, na região metropolitana de Lisboa.

Ela conta como o país em que se encontra vive uma liberdade relativa e abertura gradual da economia, em que cada setor de atuação tem um nível de autonomia diferente nesse momento. “Grande parte das empresas do país aderiram o lay-off simplificado, liberando funcionários sem demissão, com auxílio do governo”, explica. “Mais recentemente, o cenário já está mudando um pouco e demissões começaram a acontecer, mas na área do turismo vamos entrar na alta temporada, a do verão, então há esperança de movimentar o setor em breve.”

Portugal é pioneiro quando o assunto é regulamentação e protocolos de segurança, que possibilitam a abertura mais rápida e eficaz do comércio não-essencial. Lá, bares e restaurantes já funcionam novamente, mas seguindo regras estritas. “Restaurantes foram instruídos a operar com no máximo 50% da sua capacidade, mantendo distância de 2m entre as mesas. É incentivada a ocupação de esplanadas, como calçadas, coberturas e áreas externas. em pequenas cidades do interior, o governo chegou a ceder espaços ao ar livre para que estabelecimentos de alimentação ocupassem como forma de evitar aglomerações em espaços fechados”, conta Carol.

Algumas mudanças mais desafiadoras incluem a recomendação do governo de não abertura de estabelecimentos sob o modelo de buffet. Como solução, é incentivado o método de takeaway, em que o cliente busca a comida no próprio restaurante, e o delivery.

Como protocolo oficial, Portugal criou o selo clean & safe, que funciona por meio de cadastro e solicitação de adesão online. Se a adesão for aprovada após auditoria profissional, o selo é disponibilizado e pode ser usado pela empresa como modo de comprovação de que o local é seguro. A aceitação da implementação é boa, e estimula cidadãos a frequentar restaurantes e bares sem perder a preocupação com a saúde.

O turismo nacional está sendo incentivado tanto em Portugal quanto no Brasil. na Europa, está sendo cogitada a abertura de fronteiras entre países com alta preocupação e precauções contra o COVID-19.

Como o setor vai aprender com o momento que estamos vivendo? Carol acredita que haverá desafios afrente, e o maior vai ser nos habituarmos aos novos protocolos sanitários. “Nosso desafio vai ser nos adaptar aos novos protocolos, que tem que ser criados. Isso inclui treinamento com funcionários e reconstrução da disciplina necessária”.

 

Tariana Carvalho

Tariana Carvalho

Responsável por turismo de negócios no escritório de turismo Grand Roissy, na França, Tariana Carvalho explica como o mercado internacional e os estabelecimentos no pós pandemia estão lidando com a reabertura. 

Tariana carvalho explica que o país está na expectativa da abertura de estabelecimentos na primeira semana de junho, e diversos setores da economia aguardam novas regras e protocolos. A frança também está desenvolvendo um selo, assim como funciona com o clean & safe em Portugal.

Os protocolos são o conjunto de medidas elaboradas pela junção de entidades de todo o país que procuram beneficiar os funcionários, fornecedores e os próprios clientes de restaurantes, bares e hotéis.

Tariana conta que em Roissy, onde reside, a ocupação de hotéis está bastante baixa, e consiste em atender aos poucos voos que ainda chegam. Ela explica que no país, foi construído um plano de ação sobre como o governo ajudaria o setor a sobreviver na pandemia, envolvendo 18 milhões de euros, e que tal auxílio só foi conquistado graças às entidades do setor de turismo que se reuniram e cobraram as medidas. “Aqui, o estado arca com um percentual do salário de funcionários, perdoando e adiando dívidas etc. para ajudar inicialmente pequenos empresários, e, mais recentemente, médias e grandes empresas”.

Quando questionada sobre a expectativa de retomada do turismo de negócios, Tariana responde que a França está em fase de reelaboração de ações para o segundo semestre, e assim o setor pretende identificar o que é prioridade. “Nesse momento vamos focar em marketing de destinos nacionais e regionais, e os mercados de proximidade, além de nos preparar para receber turistas de países vizinhos, como Holanda e Bélgica”, conta.

Sobre o funcionamento de hotéis, ela explica que cada rede de hospedagem tem elaborado seu próprio protocolo de funcionamento, e a maioria inclui práticas como evitar aglomerações no saguão por meio de agendas de check-in, arejamento de quartos de 24h entre um hospede e o outro, e inovações como o uso de QR code para entrada em acomodações, vitrines em recepções e marcações de solo para estimular o distanciamento.

O que o setor vai aprender com essa situação? Tariana opina: “Já aprendemos tanta coisa, e quem diria que estaríamos sendo instruídos agora sobre a importância de lavar as mãos! aprenderemos muito sobre higiene, respeito ao espaço do próximo, uso de máscara, e atos simples assim, que cuidam do outro.  Acho que a tecnologia, mais do que nunca, fara parte das nossas vidas como videoconferências, eventos híbridos etc.” Como mensagem para profissionais do Brasil, ela diz “Associem-se! A união realmente faz a força, e é importante ter comunicação entre associações, que podem construir um futuro mais eficaz e compartilhado”.

 

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